sábado, 17 de dezembro de 2011

Mi'cherry


Ela é uma leoa charmosa.
As vezes demonstra uma ingenuidade perene que delicadamente a torna uma gatinha com lacinhos graciosos, daquelas com olhos encantadores.
O sorriso dela esboçado para as lentes, chega a desconcertar a nós, meros súditos deslumbrados.
O sol que ilumina sua longa juba, pareçe sempre se esconder, por puro receio de que o brilho dela, ofusque o dele. Isso é bem possível...
Ela não passa despercebida. Destila carinho nas palavras.
O corpo dela? Emana por osmose a temática usual dos poetas:Volúpia!
É demonstrativa. A alma dela está ali exposta, mas adentrar a esta mesma alma, pode ser uma tárefa árdua, afinal ela tem cautela, talvez uma tática aprendida em alguma boa música que ouve.

Eu, perdidamente anseio por saber de fato, se há delícia em sua voz ou vício em sua gargalhada. Isso é bem possível.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Aquário

"Meu" pequeno aquário, recordando você, me lembrei do quanto era divertido mergulhar em tuas águas, elas me envolviam...
Por vezes, elas estavam gélidas e me amedrontavam, mas em outras emitiam um calor quase fervente.
Essas tuas águas já deslizaram pelos os teus olhos e muitas vezes enxarcaram meu travesseiro (você sabia?).
Percebi, só depois, que mesmo sendo um pequeno aquário, dentro dele na verdade, habitava mesmo era um tubarão (não sei, se ainda...) E eu mesmo não sendo uma sereia, até que tentei cantar algo para encantá-lo e quem sabe ficar assim mais perto de suas escamas escorregadias. Mas chegou o dia em que esse aquário secou!

O que eu imaginei que te nutria, na verdade, era pouco.

Me restam e permanecem as lembranças: Nossas inconstâncias (induzidas na maioria das vezes por mim...), de nossos "goles de felicidade temporária" (mas, eu me sentia feliz ao seu lado, mesmo sem eles...Essa é a verdade.), das minhas fugidas para ir de encontro à sua tartaruga gigante (era uma espécie de refúguio para as minhas dores, não apenas articulares,)

E nessa fauna e flora, esta leoa cabisbaixa e também viúva aqui, se despede, mas não sem antes dizer o clichê, mas inesquecível: Who Knew?!

sábado, 8 de outubro de 2011

Absurdos da mídia

Há mistérios que minha vã filosofia não entende de jeito algum, apesar do esforço genuíno!
Explico-lhes:

Por que algumas mulheres posam nuas, desnundam seus orifícios, faltam expor seus úteros e simplesmente na coltetiva de imprensa, se recusam ou se limitam a responder ás perguntas por que elas julgam-nas constrangedoras. (?)

Acabei de assistir um filme onde uma das cenas mostra um carro atropelado por outro, e com três pessoas dentro dele. Duas delas estão desmaiadas, machucadas, feridas e ferradas e o terceiro integrante da tragédia, totalmente ileso. Ao perceber o estado dos azarados, berra: "Oh shit!!", e salta CORRENDO em direção ao orelhão mais próximo, que por sinal localiza-se na MESMA CALÇADA do aconteçido á 12 passos!! Ele nada ofegante (sério, nenhum pouco..) disca apenas UM número para contatar a emergência. Até compreendo que por não ter se ferido, ele pudesse correr, rodopiar, saltitar e dar piruetas, mas restam três dúvidas:
1- Por que em filme, orelhão (ou telefone público para os cultos, se bem que os cultos de verdade não usam telefones públicos...) e taxi's estão sempre ali, disponíveis, na "cara do gol"?
2- Por que apenas UM número, UM único dígito para a emergência? (Prático, não?!)
3- E será que mesmo sem dor ele não sentiu por 6 segundos um leve choque emocional e não precisou de mais 4 para se recuperar?
Que roterista/diretor insensível!

Ainda na sessão pipoca (sem manteiga, por favor!) me recordeir de um em que zumbis, apostavam um racha de moto com seus outros colegas zumbis-radicais-aventureiros e fica neste caso minha ingênua dúvida:
Por que eles usavam capacetes se já estavam mortos mesmo? Eu hein?!!

Mas algumas inúteis:
De quem foi a idéias "genial" de acoplar infinitamente, décadas após décadas, aquele microfone na jugular do Silvio Santos Quem Quer Dinheiro?
Quem afirmou para o Raul Gil que microfone dourado é charmoso e elegante? E por falar nele, por que ainda insiste em torturar criancinhas a bradarem: TELESPECTADOR E PINDAMONHANGADA!!! Até eu com oito anos cai nessa.E se você não consegue soletrar se sente deprimido e doente mental.

Outra: Por que o cabelo da Xuxa não cresce? O maior tamanho que teve, era aplique.
Tenha a suspeita de que ela é fã da Ana Maria Braga, ou da Lady Daiana.

A última: Você conheçe pessoalmente, algum parente, vizinho, amigo, seu que já tenha ganhado na Telesena? Eu não!

domingo, 2 de outubro de 2011

Desencontros

Ela sentiu seus joelhos doerem. Devia ser o salto.
Ela queria a esmola, ela poderia tapar o buraco. Ela tinha aptidão para ser a outra.
Que outra opção ela tinha por fim?

Ela queria ficar em paz, nem que fosse por dez minutos (seriam dez minutos dedicados apenas para ela.
Ela queria estar despreocupada, queria estar sem pressa , queria ver as pessoas silenciosamente, queria estar segura, queria não ter medo dos outros lá fora, ferozes lá fora. Queria também que o seu sorriso fosse aceito, fosse retribuído.

Era tudo (ou nada) que pensava enquanto caminhava naquela noite pelas as calçadas de uma rua famosa por sua boemia. As vozes que saiam dos bares a ensurdeciam e pareciam querer ocupar espaço exclusivo na mente confusa dela.

Não quis usar o elevador. Foi de escada. A cada degrau uma nova disritmia.
Ela estava bem. Ela estava sóbria.
Desprentensiosamente , tocou a campainha. Serena esboçou um sorriso travesso, quase imperceptível. Na terceira vez , uma gota atrevida ameaçou cumprimentá-la naquele instante, mas não foi aceita.

Instalou-se o silêncio da pesca.

Ele estava ausente. Não muito diferente de quando estavam juntos corporalmente.

Com um conselho cético, a mal-amada razão a puxou bruscamente de volta e berrou: "Esqueça-o! Vá embora!"
Ela a ouviu. Que outra opção ela tinha por fim?

Sentiu a extrema vontade de ganhar um abraço, daqueles longos, quentes, ingênuos e compensadores.
Sabia que não teria para ela um prato de lentilhas, então optou por quatro doses de Martini de maça. Que outra opção tinha ela por fim?

Dormiu na casa da melhor amiga, após ter lhe contado brevemente o caso.

Naquela mesma noite, ele também tocou a campainha. Naquela mesma noite ela também estava ausente. Naquela mesma noite os dois tomaram um porre. Naquela mesma noite ambos ouviram a voz da razão.

Não se viram nunca mais.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Tchum: o cara!

Hoje voltando da aula e conversando com uma amiga loira (não que a cor de seus fios, tenham alguma importância, vejam bem.!), ela emitiu de seus "quatro quilos de beiço", um: "E eu nem tchum!".
Se eu fosse portuguesa pensaria que tal expressão tratava-se de uma gíria de indíos, se eu fosse negra, uma gíria de brancos...
Imediatamente, inferi uma indagação auto-mental: Quem é o tchum, para que serve o tchum, onde o tchum mora, bebemos ou comemos o tchum, o tchum era de que nacionalidade?
Bom, não encontrei nenhum resposta cábivel, para tal dúvida (na verdade, nem as inadequadas apareçeram...), mas de duas coisas eu tive absoluta certeza: O Tchum se deixa usar com facilidade e é bem popular nas rodas informais.
Ele é o cara!

sábado, 24 de setembro de 2011

Quem souber responder, por favor...

Por que as mulheres sangram cinco dias sem trégua, incansáveis cinco dias, um mar de sangue e não morrem?
Qual é o real sentido de "talvez eu vá, talvez não"?
Por que o Samuel Rosa e o Serginho Groisman se pareçem tanto se não são parentes?
Por que nos atraímos pelos os nossos opostos, mas nem sempre estamos dispostos?
Por que sobrenome e d.n.a não determinam de fato o amor?
Para que serve mesmo o cateto e a hipotenuza?
Qual é a outra utilidade do coco ralado, além de entranhar no meio dos dentes
Por que me servem o couvert se no final terei que pagar pelo o "agrado"?
Por que os segredos são descobertos, se são segredos?
Por que o Zeca Pagodinho canta samba,e o Exaltasamba canta pagode?
Gordura localizada é por que não localizaram as outras?
E por fim a pergunta que nunca foi respondida com exatidão: Por que que o céu é azul?

Sem erro

O importante na verdade não é exatamente a lembrança das coisas: das pessoas, dos sorrisos, das fotos, das cartas, do trabalho, das músicas, dos lugares, dos cheiros, das paisagens, das conversas, do gosto...
A maior e mais nobre importância está em como fazer com que essas boas lembranças se repitam, seja com as mesmas pessoas ou nos mesmos lugares. Vele até experimentar novos cheiros, novas conversas, novas pessoas. Há crime nisto?
Pode até pareçer sacana, essa substituição, então prefiro o termo "alçar novos ares", sair do lugar-comum, agregar dentro do todo novos e vários elementos. Fazer a junção da percepção, criatividade, empenho, discernimento, sabedoria, flexibilidade, expansividade e leveza. É como receita de mousse, não tem erro.
Mas se houver, vale uma pitadinha de improviso. Depois divida em porções generosas;
Agrada a todos. Pode apostar.

Vamos brincar de "eu mando em você"?

Hoje eu caminhava a pé (e andar a pé não trata-se de gosto, opção ou manter o corpo ativo e saudável.) e observei uma garotinha magra, com friz nos cabelos armados e queimados de sol e eu ressecado excremento nasal no lado direito, se você preferir o termo catarro, fica a seu gosto.
Minhas lentes de contato estão me fazendo a contra gosto, captar cenas horrendas, mas tem corrigido parcialmente minha miopia.
Voltando: ela contava com vigor: 66,67,68,69,70,71,72,73... e como bem sabemos essa é uma das regras do esconde-esconde. Imediatamente de forma curiosa pensei até onde iria aquela contagem... No 100? E se fosse, seus amiguinhos teriam tempo suficiente para se esconderem no Canadá ou na Suíça, se quisessem. Ainda pensando nos amiguinhos da garota, julguei-os admiravelmente por sua sagacidade mirim. Eles a manipularam a auto grudar-se no poste da rua, a contar um centena alternanando com cinco vírgulas e um respiro e o pior: fizeram-na acreditar que aquilo era divertido.
É como doar pão duro e água quente ao famintos.
Após virar a esquina dei uma última olhadinha para trás e pude vê-la correndo de pés descalços atrás dos fujitivos escondidos. Onde estariam?
E lembrei de outra regra do jogo: Caso ela não os encontrassem, seria rotulada de "café com leite". Coitadinha.
Mas é assim na infância.
E logo piora.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ao mestre (moreno-meia-luz)

Quero que a voz do outro lado da linha seja a tua.
Quero nossos olhares furtivos cruzados.
Quero a pressa em saber se vou te esperar (e me corroer com a dúvida).
Quero morrer de ciúmes ao te ver na sala ao lado.
Quero a tua carona.
Quero tuas mensagens no meu celular.
Quero deixar por dez minutos todos escrupúlo de lado.
Queri nosso sigilo combinado.
Quero aprender mais sobre o seu time estranho.
Quero dar auela fugida...
Quero fingir não estar nem aí pra tua presença.
Quero tuas respostas certeiras para as minhas perguntas capiciosas.
Quero minha melhor nota no teu diário.
Quero me espantar com as coincidências e nossos signos de fogo.
Quero te desviar dos teus compromissos inadiáveis.
Quero o banco de trás do teu carro (como se sentir de novo cim quinze anos e gostar disso).
Quero te encontrar por acaso nas escadas.
Quero te ver a meia-luz.
Quero ansiar por aquele dia da semana.
Quero retribuir favores de "galhos quebrados".
Quero somar os números e rir do resultado da soma.

Quero oontinuar boba assim de propósito até quando eu perceber que não vale a pena continuar...
Nas por tempo determinado continuar querendo você.

Sem sentido

É como se não houvesse melodia na música.
Alegria no palhaço.
Cores na bandeira.
Granulado no brigadeiro.
Números na algebra.
Frio no inverno.
Mar na praia.

É como se o Brasil ainda fosse tetra.
É como se o Arnaldo Antunes tivesse a voz do Anderson Silva e o Jô Soares a inteligência da Sabrina Sato,

É assim: Não tem sentido, nós dois longe.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Frigidez Sentimental

O meu desinteresse pelo o âmbito amoroso têm ao longo de longos dias me condenado à olhares de reprovação e outros arregalados de indagação.
Não há em mim um traço esnobe, juro: amo meus pais, minhas cadelas, a Amy, minha amiga confidente, o Jô Soares. Mas coleciono poucos amigos, pelo o complexo fato de me enojar com línguas entrelaçadas, salivas trocadas, casamento, ligações ou torpedos na madrugada. Eles detestam isso em mim!
Óbvio e evidente que há sim um prazer num flerte ligeiro, mas apenas isso, no ligeiro. Acredito que seres sociais, alguns de pouco leitura (com excessão da Fátima Bernardes e Willian Bonner), procuram alternativas para se auto realizarem a custa das idéias e ambições do partner e isso me pareçe de cárater inculto.
Tenho uma profunda satisfação em preservar intacta minha frigidez sentimental e continuar preferindo que o único liquido viscoso que adentre minha boca seja o creme dental.
Não se espantem leitores, se pareço não pertencer a este mundo. Não sou lésbica, mal-amada, fresca. Apenas me sinto confortável e opto por isso.
Não pretendo agregar adeptos, mas honestamente gostaria de me deparar com indíviduos que compartilhassem dessa "defesa à geladeira", só por que temos mais o que fazer. Só por isso.

A bela adormecida (para sempre)

Ela não daria o tiro no pé.
Ficou imóvel pouco mais do que quarenta minutos ao lado do criado mudo, que aparava apenas um velho abajour e uma garrafa de vinho seco ruim já no final.
Era noite, estava frio e gotas serenas deslizavam pela a vidraça da janela enferrujada.
Ela permanecia petrificada, com as unhas sujas disfarçadas com um esmalte vermelho descascado e observava as pessoas que zanzavam lá em baixo na rua. Passava-lhe na mente o quanto podia ser engraçado e amedrontador (como aqueles cinemas-mudos, em preto e branco), vê-los e não ser vista, mas que era muito mais, o inverso.
Sorveu um último gole, deu um ligeiro afago em seu gato Blake, pegou seu casaco...O salto agulha lhe deixava desconfortável, mas era necessário estar à caráter: Olhos pintados de negro, lábios carmim e uma cinta-liga sob o sobretudo.
Olhou uma última vez em seu relógio no pulso direito.
Abriu a porta, desceu as escadas com a visão um pouco turva (devia ser o vinho) e antes que terminasse os últimos degraus, foi assassinada com um tiro na virilha e outro central no pericárdio.
Morreu bela.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Comparativo Científico e/ou Estatístico do pequeno universo humano

Criancices e adultices (é tudo a mesma coisa!) Observe:

PROBLEMAS:
No universo infantil o "grande" problema se baseia em que desculpa (nova!) inventar para encobrir o xixi feito no colchão ou para as crianças mais valentes, preparar o bumbum para a correção.
No universo adulto o grande problema se baseia em como concertar o calculo errado que foi feito no fechamento do caixa ou para os adultos mais valentes, preparar o bolso para o reembolso (Lê-se: Concertar a "cagada"!)

AMOR E ROMANCES:
No universo infantil as crianças encaram a equação:
QUER NAMORAR COMIGO
SIM NÃO
(assinale com um X)
como a decisão mais difícil que terão que tomar em suas vidas (que até aquele momento, já se passaram 10 anos!!!)
No universo adulto a decisão mais difícil está na frente do padre/pastor/rabino e ao seu lado. Também se resume em "Sim ou Não" e até aquele momento já se passaram 40 anos e alguns já encararam essa decisão cruel mais de 7 vezes!!

COMPORTAMENTO:
No universo infantil, para as crianças altruístas, peraltas e mimadas, um cinema, um leite quente, um cantinho de castigo ou a Super Nani, podem resolver.
No universo adulto, para adultos altruístas, peraltas e mimados, um psiquiatra, um terapeuta, uma clinica de reabilitação ou um sonífero, podem resolver.

MÚSICA:
No universo infantil Chiquititas (no meu tempo...), Rebeldes, Restart, ditam com louvor as façanhas, artimanhas e joguinhos amorosos que SEMPRE funcionam.
No universo adulto, Marisa Monte, Adriana Calcanhoto, Cazuza, Raul Seixas (no meu tempo...) e até Velhas Virgens, ditam com louvor as façanhas, artimanhas e joguinhos amorosos que não funcionam NUNCA. (Lê-se: Deixe de ser idiota, promova o desapego e peça um drinque no balcão!!!)

CONTAS FINANCEIRAS:
No universo infantil as contas que lhe tiram o sono é a soma da rifa escolar mais o valor do pé de moleque que comprou fiado no "tio do doce" , que contabiliza o total absurdo de R$ 1,30 !!!
No universo adulto as contas que lhe tiram o sono é a soma do IPTU, mais o valor do saldo do cartão de crédito, vezes a mensalidade da faculdade, vezes a parcela do carro, vezes o pagamento quinzenal do pedreiro que enfiou a faca... e por aí vai! Insônia e olheiras negras.

BRINQUEDOS:
No universo infantil o cabeça de batata (no meu tempo...) Hot Weels, Barbie's, piscina de bolinha e Playstation (I, II, III ... Maldita comercialização de capital rotativo!!) é o que há de mais estupendo para seu intertrenimento.
No universo adulto uma piscina ampla no fundo do quintal, uma churrasqueira no terceiro andar, um (ou dois) Porsche's na garagem, um notebook e centenas de sapatos no closet.
(No final das contas o que muda mesmo é apenas o tamanho dos brinquedos.)

COMIDA:
No universo infantil intúpi-los de salgadinhos (isopor temperado), cachorro-quente, pirulitos, sorvetes, batata palha, Sustagem Kids, Trakinas e Coca-Cola, já os satisfazem.
No universo adulto, sanduíche de tofu, fondue, caviar, vinho branco, já os satisfazem. Quer dizer, há os adultos que só se satisfazem mesmo se comerem alguém na madrugada.

PASSEIO:
No universo infantil elas projetam um dia ensolarado, parques arborizados (com prédios que não seria!) ou para as crianças mais ambiciosas um passeio simples pode ser uma ida rápida à Disney!
No universo adulto eles projetam uma noite de calor, ruas movimentadas, bares lotados de gente fina-elegante-discreta (se souberem onde é, me avisem!! please!), para os mais ambiciosos um passeio ideal termina talvez na The Week com um 12 anos em mãos, a conta paga e o táxi esperando na calçada. (E de preferência com o número de telefone de alguém perdido no bolso da calça!)

DOENÇA:
No universo infantil elas não notam a diferença entre amídalas inflamadas e leucemia, isso é se as cores dos antibióticos forem atrativas e coloridas e se os xaropes tiverem gosto de tutti-frutti. Eles seguem sorrindo sem sofrimento.
No universo adulto as amídalas inflamadas são bem vindas e espertos como são, correm logo para o hospital em busca de atestado médico (outros recorrem a estação da Sé, mas tudo bem!), afinal o que é uma dor na garganta se podem ter um feriado individual? Em casos de leucemia e outras patologias crônicas, espertos como são, recorrem a Previdência Social, afinal o que é uma doencinha se podem ter vários feriados individuais e ainda receber por isso?

VIAGEM:
No universo infantil, se você colocá-los dentro de um carro, ônibus, metrô, taxi ou charrete, durante uma hora e meia e descarregá-los na casa da tia e primos dizendo que ali (Lê-se: Bairro ao lado!!!) é a capital da Nicarágua, elas ficaram imensamente maravilhadas! Para completar-lhes a felicidade, de-lhes um beijo na face e diga: Divirtam-se, pois não é sempre que virão à Manágua! Volto para buscá-los em uma semana!
No universo adulto, eles se preparam um ano ou até dois antes do check-in. Compram roupas, botas, biquínis, câmeras, compram até o idioma. Tiram o passaporte, aguardam o visto, economizam cada troco que sobrou do pão matinal. Tomam dramim, embarcam, desembarcam, dormem em camas duras de hotel, visitam pontos turísticos e... VOLTAM!!! (Riso estridente-agudo-infinito!) O que era pra ser uma viagem (descanço) se tornou dias atordoantes de estresse. Será que pôr a planta dos pés em terreno alheio realmente compensa e paga o esforço? A grama do vizinho realmente deve ser mais verde e quanto eles cobram de nós para pastarmos lá?


Fonte: Tatiana (rss.)


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ordem

Vou te contar mentiras em ucraniano.
Para você vou inventar uma porção de histórias.
Vou dançar sozinha e ficar tranquila, com tudo que se transformar.
Não há motivos para se arrepender.
Posso dividir meus sonhos com você (mas não acredite que você está incluso neles.)
Vou roubar sorrisos, provocar lágrimas.

"Não irei me apagar aos poucos!"

Portanto,dona melancolia, saia agora, definitivamente da minha vida. É uma ordem!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Medo

Qual é o seu?

De perder, se envergonhar, de não chegar, de mudar, de usar, manipular, decepcionar, casar, subir lá?

De não passar, do bicho papão, boi-da-cara-preta, rituais, pomba branca, galinha negra?

"Amigos" falsos, relacionamentos fracassados?

Contas pra pagar, representar, trabalhar?

Enjoar, vomitar, se despir, fantasiar?

Assumir, viciar, transformar?

Filme de terror, do amor, pastor?

Sexo, alcóol, bulas?

Dentista, injeção, urologista?




Não precisa confessar, eu sei que tem!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Querida Amy

Estamos de volta a luto, enterrando seu coração.

Há em nossos, aquela angústia de perda indireta. E essa me pareçe ainda pior... E me pergunto o porque. Por que agora?

Não foi previsível como dizem, mas não me sinto confortável ao dizer que há o premeditado nisso tudo.

Tua foto estampada, olha para mim. Um olhar profundo, recheado, infiltrado, injetado de perguntas com respostas infundadas.

Entrelinhas que você nunca conseguiu decifrar. Nem eu.

Pensei que estivesse de verdade bem... E o nosso "bem", talvez não seja exatamente o "bem" dos outros.

Mas as pessoas nunca sabem afinal o que se passa com a gente.

As vezes nem temos vontade de contar.

É querida Amy, você ensinou a muitos, o que é viver segundo nossas próprias leis. E que essa independência carrega em seu conteúdo, perdas, ganhos, maturidade e consequências. E você soube saboreá-las como ninguém.

Sentirei sua falta e não a substituirei.

Suas cinzas e meu suor gelado.


(23 de Julho, 2011.)

Mas as pessoas

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Manias de Pobre (quem não tem alguma?)

Quem nunca pôs uma palha de aço naquela antena detonada?
Quem nunca teve ou saiu com uma meia (ou as duas!) com aquele furo no dedão?
Quem nunca juntou vários restinhos de sabonete pra formar uma única barra?
Quem nunca reutilizou garrafas pets para guardar água na geladeira?
Quem nunca fez uma viagem inteira, espremido, na dianteira do ônibus e passou o bilhete único faltando dois pontos para o desembarque, só pra aproveitar o tempo da integração?
E falando em transporte público: quem nunca empurrou, deu cotoveladas, bate cabeça e correu, só pra conseguir um lugar no trem ou metrô?
Quem nunca (pode até ser sua mãe.) reaproveitou a água que lavou a roupa, pra lavar também o banheiro, o quintal ou a calçada? (Clássico!!!!)
Quem nunca foi a uma festa de aniverário e pediu duas ou três fatias de bolo pra levar pra casa?
Quem nunca lambeu a tampinha do danone ou enfiou o dedo (espera, veja bem! rs) dentro do pote pra se deliciar até com a última gota cremosa?
Quem nunca comeu hot dog do esquinão (Cáá, essa é pra você! Beijo!)
Quem nunca dividiu a bolacha recheada ao meio, só por que se tem a sensação que o pacote dura mais, se for assim.
Que nunca se lambusou com um bom-gorduroso-nojento churrasco grego e que pra "descer" tudo te ofereçem gratuitamente um suco (de água colorida!!!)
Quem nunca comprou um biricutico sequer, em um camelô? (Isso inclue dvd's piratas!!!)
Quem nunca bebeu Coca-cola sem guás gelada, só por que era Coca-cola (desperdiçio jogar ralo a baixo?? Que nada, é desuntupidor.. quase soda caústica!)
Quem nunca cortou um tubo de pasta de dente pra usar até o fim o creme higiênico?
Quem nunca comprou um celular que fala "oi e sapateia" e parcelou em 24 vezes? Quando o tal terminar (se terminar!) de pagar as prestações, já terá que comprar outro.
Quem nunca pagou o minímo do cartão de crédito e deixou o restante negativo para a próxima.
Quem nunca juntou umas moedas e se mandou pra uma lan house, por que a net discada é uma verdadeira merda ou porque não tem?
Quem nunca ligou a cobrar esperando que o receptor retorne a ligação?
Quem nunca cantou mesmo que em pensamento: "Você não vale nada mais eu gosto de você" ou pior "Você, você, você, você , quer?" ?
Quem nunca disse uma única gíria dos "manos": Pode crer, suave, tá ligado, o bangue é louco!?

Bom, talvez você leitor, não tenha praticado as enumeradas "manias de pobre" (Por favor!!), mas com certeza, em algum momento de sua vida, não incorporou uma delas? Admita! É natural. Olhe e observe em volta... todos tem: Uns sempre e todas, outros de vez em quando e nem todas. Mas todos tem alguma mania de pobre.


"Nessa prontidão sem fim, eu vou fingindo que sou rico, pra ninguém zombar de mim."
Noel Rosa

terça-feira, 5 de julho de 2011

Por tudo o que houver

Há uma parte sua em mim que quer ficar.
Há o som da sua risada ainda ressoando aqui no meu tímpano sem autorização.
Há as lembranças: Palavras retorcidas,gargalhadas em madrugadas, lágrimas discretas que não queriam escorrer e molhar nossos cílios, cartas a punho (tantas que não entreguei.)
Há uma caixinha azul com duas lacunas vazias (prelúdio...)
Há músicas e lista de filmes, talk show assistidos "juntos".
Há uma saudade de um dia da semana que me parecia a mais ansiada do que o dia de qualquer final.
Há fotos que revelavam nossa evidente alegria e diferença de estatura.
Há também as diferenças e como eram completas e como nos arruinaram e como nos revelou tão iguais apenas.
Há... ainda há.

sábado, 2 de julho de 2011

E o que é bonito (Lenine)

É o que é bonito
É o que persegue o infinito
Mas eu não sou
Eu não sou, não...
Eu gosto é do inacabado
O imperfeito, o estragado que dançou
O que dançou...
Eu quero mais erosão
Menos granito
Namorar o zero e o não
Escrever tudo o que desprezo
E desprezar tudo o que acredito
Eu não quero a gravação, não
Eu quero o grito
Que a gente vai, a gente vai
E fica a obra
Mas eu persigo o que falta
Não o que sobra
Eu quero tudo
Que dá e passa
Quero tudo que se despe
Se despede e despedaça

O que é bonito...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pipas

O leão ascendeu a fogueira, pensou que uma erupção vulcânica pudesse com a fumaça expandir, por fim, o ar.
Com tal brutalidade, queimou até um pouco de sua juba desgrenhada, cortou um pedaçinho dela, para ser posta em uma carteira de bolso.
Nele doeu, não nega e ainda resta vestigíos de uma dor que nem sabe exatamente da onte surgiu. Ele não lembra mais. Passou o rancor.
Guarda agora só os sorrisos, as maledicências de pessoas que usam polos listradas, as coisas aprendidas, as noites insones e tartarugas gigantes.
Daquela janela do alto, aquele leãozinho sonhou muito.

E uma pipa que deveria ser leve, levava em sua rabióla pedaços de chumbos.
Mas ela é ainda colorida e atraente. Talvez encontre um coração tão bom quanto o de Hassan* ou tão bobo quanto o meu foi.

"E voe por todo mar..."


* Hassan: O caçador de pipas

O que ainda penso daquilo

Eu quis correr alguns riscos.
Quis encontrar em sua jovialidade marota, aquela que outrora eu perdi... Você me fez encontrá-la em dados momentos.

Brigavámos por nada. Achavámos as besteiras coisas sérias. Provavámos que o "Know New", existia para poucos, mas o "Para sempre" nem para nós existiu. Não houve excessão.

Mas foi bonito. Encantador. Mágico. Inesquecível. Mas foi passado mesmo. Mas só há o presente, se ele existir. Então valeu a pena.

Com nossos opostos, mimis, rostos marcados, raivas incontidas, , nos completamos por um momento.

E de fato, abandonamos o posto de líder. E isso nos fez bem. Ao menos para mim. (retifico).

E continuo suicída (...) se possível adoraria orquídeas ou tulípas, apenas para fugir uma última vez do lugar-comum, que nunca foi um espaço desejável.

O que você fez com o nosso pacto?

Medo


Qual é o seu?
De perder, de se envergonhar, de não chegar, de mudar, de usar, manipular, decepcionar, casar, subir lá?
De não passar, do bicho papão, boi da cara preta, rituais, pomba branca, galinha preta?
"Amigos" falsos, relacionamentos fracassados?
Contas à pagar, trabalhar, representar?
Enjoar, vomitar, fantasiar, se despir?
Asssumir, viciar, transformar?
Filme de terror, do amor, do pastor?
Sexo, alcóol, bulas?
Injeção, dentista, urologista?

Não precisa confessar, eu sei que tem!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fuga

Quero transbordar meu copo de vinho, desconcertar uns passos de tango, me libertar de mágoas, me assustar com sentimentos novos, torçer para que haja lenços suficientes para o meu nariz lacrimejante. Recolher unhas vermelhas pelo o chão, me enrolar naquela manta colorida e quando estiver no meio, voltar para o começo.
Quero olhar para os dias normais e repetitivos e sorrir ao saber que ainda há abacates naquela árvore no fundo do quintal e San Remi para dividir com um espanhol.
Quero reciclar as fotos do meu mural... Por algumas mais verdadeiras, talvez do meu cotidiano: Limpando meu quarto, lavando a louça, desembaraçando o cabelo.. De cara limpa, manchada.
Quero ainda me importar menos com os problemas dos outros, não estou colhendo os frutos disso.
Quero saber a sequência exata da equação: tequila-limão-sal, limão-sal-tequila, sal-tequila-limão...Sei lá, o que importa é que ficarei leve e sorrindo para você. Raramente sou simpática mesmo.
Você entendeu a moral do filme?
Não tente fugir.
Me divirta e deixe que eu fuja

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O CHATO (OSWALDO MONTENEGRO)

Ah, todo chato é bonzinho
nunca nos faz nenhum mal
ah, todo chato é calminho
como se faltasse sal
Ah, todo chato te conta
aonde passou o Natal
E sempre te da um dica
de onde ir no carnaval
Ah, todo chato cutuca
pra você prestar atenção
chama cabeça de cuca
e arranha um violão
diz que inventou uma música
e toca as seiscentas que fez
e quando você abre a boca e boceja
ele toca tudinho outra vez
Ah, todo chato é gosmento
mas não há como evitar
eu sou um chato e meu Deus não me agüento
só me tacando no mar

VEM PRA MIM (RPM)

Vem pra esse lado
O passo apressado
Vestido emprestado de alguém

Vende os quadros
Os aneis guardados
Arranja uns trocados e vem

Vem pra mim
Vem pra mim

Bela da tarde
Fonte da saudade
O bar do café ideal
Nada foi dito
Nada escrito
Não te causou nenhum mal

Vem pra mim
Vem pra mim

Vem pra mim
Vem pra mim

segunda-feira, 9 de maio de 2011

She's Lost Control (Joy Division)

Confusion in her eyes that says it all.
She's lost control.
And she's clinging to the nearest passer by,
She's lost control.
And she gave away the secrets of her past,
And said I've lost control again,
And a voice that told her when and where to act,
She said I've lost control again.

And she turned around and took me by the hand and said,
I've lost control again.
And how I'll never know just why or understand,
She said I've lost control again.
And she screamed out kicking on her side and said,
I've lost control again.
And seized up on the floor, I thought she'd die.
She said I've lost control.
She's lost control again.
She's lost control.
She's lost control again.
She's lost control.

Well I had to 'phone her friend to state my case,
And say she's lost control again.
And she showed up all the errors and mistakes,
And said I've lost control again.
But she expressed herself in many different ways,
Until she lost control again.
And walked upon the edge of no escape,
And laughed I've lost control.
She's lost control again.
She's lost control.
She's lost control again.
She's lost control.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Declaração

O meu melhor é você.
Meu sorriso mais sincero é teu.
Minha loucura exacerbada é para que você me cure dela (mas não totalmente).
Meu olhar por vezes confuso, busca no teu a segurança concedida à nobres de espiríto.
Meu beijo adora a intensidade da tua língua.
Minha mãos inquietas procuram em tua nuca, alguma gota de suor.
Meu coração? Você já sabe: Te ama, te espera e te quer para sempre!

FOGO

Quem quer ficar perto do fogo, põe o dedo aqui!


[Só não pergunte onde...)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Mobília

Não vou mais jogar.
A porta vai voltar a se fechar eu não vou atendê-la mais.
Meu coração terá lágrimas ausentes.
Vou colher batatas.
Vou dublar um pop star.
Usar chápeu de palha e cesto de vime.
Bocejar na rede e plantar agulhas em minhas veias.
Comer carniça e beber coca-cola.
Vou roer as unhas e colorir a dos pés.
Vou ficar sozinha e enjoar do ócio.
Envenizar alguma mobília velha e deixar o lilás simpático de lado.
Não vou querer saber do francês clichê, das argolas nas orelhas (ou nos anelares...)
Vou deixar os conceitos de Egrégora e mapa astral.
As músicas ressonantes e melancólicas serão excluídas, assim como fotos e cartas.
Propagações, polêmicas e insinuações voltarão ao seu posto.
Salários, divídas e saldos, vou deixar enraizados.
Aquele trono e aquela coroa não terá mais utilidade.
Aniversários ou bodas não serão por mim comemorados.
E no fim da lida, não sei o que espera.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Se resume

Eu sou a maldade que te fez bem.
Eu sou o vinho doce que entranhou em tua língua amarga.
Eu sou a má influência que te arrancou sorrisos.
Eu sou a chuva que molhou teus cílios e se misturaram com tuas lágrimas.
Eu sou o corpo com dores que te afagaram.
Eu sou o perigo que se alojou em tua cama.
eu sou a insone que buscou em teu peito um calor semelhante àquele.
Eu sou a de pele rosada que se ruborizou ainda mais com aquele canto.
Eu sou aquela que pôs desordem na ordem da tua rotina.
Eu sou aquela menina que te fez enxergar tua idade relativa.
Eu sou a que você sempre quis prender, mas não conseguiu.
Quem diria, não?!

Sem fugir

Segurar tua mão, entrelaçar nossos dedos e não largar mais.
Ver no teu sorriso um futuro bom, cheio de complexidades e qualidades conjuntas.
E realmente, eu não procurava.
Nem sonhava que seria você.
Mas tem sentido. São sensações que fazemos viver.
Nenhum de nós fugiu desse contato da alma, nenhum de nós procurou esse contato.
E nosso silêncio se torna inflamável, apenas por que nos olhamos nos olhos.
É um gostar com fogo e a hipocrísia não encontra em nossos rostos espaço para a máscara mais colorida e impassível.
Minhas reflexões são exatas e por isso mesmo não ouso interrompê-las, nem insistir em explicações.
Eu entendi o sinal e o valor desse desejo quem mais pode compreedê-lo?

domingo, 27 de março de 2011

Quem tem medo do lobo mal?

Eu tenho!
Porque ele me atacou ferozmente.
Dissecou meu corpo e entrevou meus ossos!
Não sei ainda o por que dessa boca tão grande...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O gosto bom que o oposto tem*

Mesmo do lado de lá, ele está presente, arrancando sorrisos de mim, roubando suspiros, pondo um nó em minhas amidálas, lágrimas em meus olhos secos e míopes.
E até o silêncio se torna confortável.
Nas beiradas da minha vida, em volta da minha jaula, rodopiando a chave, querendo me adestrar.
Onde antes havia brechas, hoje já não existem muros. Não há vãos. Eles foram derrubados sem o meu consentimento.
Com nossos opostos nos deliciamos com nossas singularidades tão iguais.
Ele me ensina com sua impessoalidade e me intriga com sua jovialidade racional.
E o meu coração apenas aceita.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

É

As verdades ditas doem.
As laranjas podem ser amargas e o caroço indigesto.
Os amigos podem ter outros confidentes.
Uma caixa de bombom pode significar algo e mesmo assim não interessar.
No final é cada um por si.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Teto

Há uma leoa faminta de flerte, de romançe, de drinques, torpedos na madrugada, cafuné, sorrisos, mãos deslizantes, canto mal iluminado, olhares...

Com um medo brutal do teto desmoronar.

... Mas ela é leoa e quer ter seus pêlos macios acariçiados e o tapete estendido. Ela o desfiará com as garras afiadas de sua pequena pata.
E sem lágrimas posteriores.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Alfinetes

Antes eram correios elegantes e cartas escritas à pulso, hoje scraps-emails-torpedos ou posts.

Antes as fotos eram postas em albúns encardenados, murais, porta-retrato, capa de diário. Hoje em Orkut, Facebook, Fotolog, Twitter e outros.

Antes era Yakut e Avon, hoje Red Bull e Boticário.

Antes era secador e babyliss, hoje escova definitiva.

Antes universitários eram quem de fato cursava uma universidade, hoje até forró e sertanejo também são (!!!)

Antes era disquete, hoje pen-drive, cartão de memória e bluetooth.

Antes depilação era na base de gilete, hoje do Veet ou a laser.

Antes as bolas da vez era o Cazuza e a Legião Urbana, hoje o Restart e Luan Santana.

Antes a alegria brasileira eram os programas dominicais (Lê-se: Faustão e Silvio Santos), hoje o Big Brother Brasil.

Antes festas de aniversário eram comemoradas em familia ao redor da mesa, com bolo, refrigerante e um churrasquinho, hoje são comemorados em baladas com gente estranha e música estridente.

Antes entrevistas de emprego, eram particulares e formais, hoje é integração e dinâmica em grupo.

Antes marquinha de biquíni era sexy, hoje brega e cafona.

Antes o sonho da adolescente era festa de quinze anos, hoje é aquela viagem cara ou um notebook descolado.

Antes nos quartos eram molduras, papéis de parede, escrivaninhas, poltronas e banners decorados, hoje grafites, posters de ídolos e puffs infláveis coloridos.

Antes os livros de cabeçeira eram algum do Machado de Assis, Clarisse Lispector ou Paulo Coelho, hoje a saga de Harry Potter ou CrepusCÚlo!!!

Antes tatuagem tinha algum sentido, significado, servia como homenagem, ou pra se designar de alguma tribo, hoje são estrelinhas, borboletinhas, carpas, tribais e mais algumas sem nexo algum.

Antes era Gretchen, Rita Cadilac, Carla Peres, hoje tá aí as mulheres frutas para sera, deliciadas. (Sirva-se a vontade!)

Antes era enciclopédia Barsa e Mirador, hoje Google e Achaaki.

Antes sexo era feito na cama, no tapete, ou no sofá... Hoje na web can, no telefone e até no msn (!!!!)

Antes filmes eram alugados em locadoras, hoje baixados ou pirateados.

Antes o legal era ter aquela pilha de cd's organizados alfabéticamente na estante, hoje o fone de ouvido se encarrega.

Antes era bala dadinho, de banana, de coco, de yorgute e de goma, hoje são outras balas..

Antes o "eu vou te matar" era uma ameaça, hoje uma fútil e corriqueira forma de expressão.

Antes as alianças de compromisso de prata em ambos anelares rotulavam os namorados, hoje as franjas, tênis coloridos e os depoimentos os rotulam.

Antes os garotos se deliciavam e sujavam suas chuteiras naquela partida de futebol bo campinho da vila, hoje se alieniam no Playstation Três.

Antes interessante era colecionar tampinhas de grarrafa, papéis de cartas, pilhas, vinís.... Hoje contatos virtuais.

Antes charmoso era beijar sob a chuva, hoje embaixo de flashes de câmera e strobo.

Antes era voz, banquinho e violão que embalavam canções aúdiveis e pronunciáveis, hoje são os Dj's e as pic-ups que entopem os tímpanos.

Antes para assar àquela carne no quintal, se improvisava com blocos e a grelha do fogão, hoje a churaqueira móvel e/9ou portátil dá conta do recado.

Antes as crianças pediam um real para se esbaldarem com seus salgadinhos Fofura e chicletes Big-Big. Hoje requisitam o valor do Mc' Donalds acompanhado do sundae.

Antes politíco era visto como alíado. Hoje como vilão.

Antes filme pornô era Emanuelle. Hoje é as Brasileirinhas.

Antes as crianças dançavam Chiquititas. Hoje o Rebolation. (!!!)

Antes nas escolas cantavámos todos os dias o hino nacional. Hoje os grêmios estudantis proclamam com orgulho a Rádio Escolar, onde se permite escutar nos intervalos aquele funk do momento.

Antes os xingamentos variavam entre: crápula, desfrutável, cafageste... Hoje....
Antes os elogios variavam entre: louvável, pitél, linda, garboso, garanhão... Hoje...

Antes jovens senhoras liam romançes com mais de quatrocentas páginas. Hoje leêm Nova, Marie Clarie, Contigo, etc.

Antes jovens rapazes, sentavam-se em suas calçadas e com seus violão, tocavam cifras daquelas revistinhas de "aprenda a tocar"... e designava os estrumento. Hoje se alguém é visto em seus respctivos portões fazendo isto, são intitulados de anti-socialm e solitário que se masturba três vezes ao dia.

Antes os Astros do Rock eram definidos por seus solos bem elaborados, festas de reconha movidas à alcool e suas groupies apaixonadas. Hoje os "astros" do rock, são conheçidos por seus piercings, alargadores, tatuagens e cintos de arrebite.

Antes os alfaiates e as costureiras eram os (as) conselheiros (as) de moda. Hoje o Fashion Week dita as tendências.


Não sei onde foi parar a essência do passado.
Não sou cartomante para prever o futuro.
O jeito é viver neste século medonho, mesmo... (Enquanto tudo não muda!).

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sua voz e intelecto

Você pode achar a resposta em alguma palavra cruzada.
Quer que eu explane pulando num pé só?

Sua foto está impressa no meu porta-retrato, e isso me faz bem ao acordar, e no escuro da noite, ela permaneçe lá.

Quero ir para aquele lounge. Quero overdoses de yorgutes.
Quero você.

Pode ser: Simples.
Pode ser: Sua voz.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ao meu melhor


Hoje senti uma saudade absurda de você, meu amigo. Talvez por estar ouvindo músicas da nossa época enquanto dou vassouradas no pó do meu quarto.
E... quero agradeçer:

Por todos os sorrisos, gargalhadas dos "manos, pode crer, certo!", pelo o estrogonofe da sua mãe (Com Katchup!), pelo o dia que fomos comprar sua guitarra (eu toda orgulhosa e palpiteira! haha), pelas a pizzas lá em cima, por quando fomos trocar seu narguile (é,não deu..rs), pelo o dia que você carregou a casinha da Ariele nos ombros (!!!!), pelos os rolês loucos no shopping (éramos loucos! rs), pelos os vinhos na única madrugada fujida, pelos os passeios de bondinho (ou trem dos proletários, como você diz..),pelas as tardes e noites na sua calçada e poucas na minha, pelo o binóculo em cima de nossas respectivas lajes e as placas, pela a chapinha no seu cabelo (sua irmã e eu, guerreiras!), pelo o gim, M'c Donalds, eu dormindo no seu colo na volta (rs!), pelo o Mp3 rosa que me deu (pra não ter que emprestar mais o seu !!!! rs), pela a sua paciência em escutar minhas lamúrias, secar minha lágrimas (literalmente!) e ouvir por horas a fio minhas odisseias rabiscadas no caderno. Por cada vez que me defendeu e ficou do meu lado. Pelo o "mega-master-blaster-plus-advanced!" (era assim?). Pela a carta (tenho ainda...).
Pelas a milhares de fotos! Pela a dança desconjuntada de trevo na sua garagem. Pelos os minutinhos diários no cantinho da estação do Brás (e as diversas broncas dos seguranças! rs). Pelo o seu 'bom humor' em ir na igreja comigo.. haha. Pelo o casamento da minha prima que chegamos atrasados e preferimos a calçada ao invés da festa (...). Por me levar na academia, mesmo não querendo levar. Pelas as ligações longas na madrugada. Por ir até Pirituba (!!!). Por "ajudar" a alargar minha orelha com chave de fenda (!). Por sempre inflar meu ego e elevar minha auto-estima (quando ela estava baixissíma!). Por momentos e lembranças que permanecem e permanecerão intactos e sempre reciclados no meu coração. Por coisas que talvez eu ou você nem lembramos mais, mas estão eternizadas. Garanto!
Em uma de nossas conversas, munidos de nossos copos (Ah, parei de beber! rs): "Vai, é mais fácil gostar de quem gosta da gente." Eu fui consultada, eu entendi, eu deixei...
Eu sempre quis e quero te ver bem feliz, realizado, casado (!!! rs),sorrindo sempre!
E tudo é questão de tempo.
Sabemos.


Amo você.

Poder

Posso colher frutos ao estender a mão para fora da janela do meu quarto.
Posso dormir após as três e acordar antes das quatro.
Posso me vestir, me olhar no espelho,tirar a roupa, botar o pijama e andar descalços.
Posso tomar minguau de aveia e comer frango frito com a mão.
Posso suportar os dias iguais.
Posso engolir os comprimidos e promessas batidas.
Posso dar a outra façe.
Posso querer o caminho certo e acabar no errado.
Posso sorrir amarelo e me distrair observando as máscaras dos outros.
Só não posso suportar a solidão que se instala quando apaga as luzes.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Reflexo de nós

Só essa música aqui:


Olhar pela janela e ver
O sol querendo respirar
Ou ir até a praia e ser
Mais um na multidão tentando se afogar
Nas falhas tentativas de entender
O mundo em seu estado mais normal
E na ilusão de um dia ter um abraço
Sem motivo especial
Tá vendo aquela estrela solitária ali no céu
É o espelho um reflexo de alguém que se perdeu
É a chama da esperança
De um ser que se apagou
O olhar de uma criança
Rejeitada e sem amor
São milhões de brasileiros
Que não tem pra onde correr
Mas que correm contra o tempo
Pra no fim poder comer
Engolem a seco com a sede de vencer
Mas que tempo vagabundo
Que escolheram pra eu nascer
Tá vendo aquela estrela sorridente ali no céu
São sussurros e pedidos
De alguém que acreditou
Que um dia acabaria esse teatro, esse papel de um palhaço
Interpretando a falsidade de um ator.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Assim

Me sinto capaz (absolutamente!) de engolir cinco analgésicos e preparar um antitérmico sabor limão.
Tuas flechas confusas doem mais que meus tornozelos.
Eu gosto do quarto escuro, abafado e do som da árvore na janela.
Agora quietinha , sem lágrimas, remoendo o que acabei de saber: Você se casou com ela.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Segredos

Neste lugar onde nenhum ocular me vê.
Neste lugar ensolarado e quente, mas no entanto todos silênciosos e distantes.

Cada um trás consigo segredos: uns tão ordinários, outros tão bobos, que não vale a pena mesmo dividi-los.

Eu não conto os meus.