sábado, 26 de fevereiro de 2011

O gosto bom que o oposto tem*

Mesmo do lado de lá, ele está presente, arrancando sorrisos de mim, roubando suspiros, pondo um nó em minhas amidálas, lágrimas em meus olhos secos e míopes.
E até o silêncio se torna confortável.
Nas beiradas da minha vida, em volta da minha jaula, rodopiando a chave, querendo me adestrar.
Onde antes havia brechas, hoje já não existem muros. Não há vãos. Eles foram derrubados sem o meu consentimento.
Com nossos opostos nos deliciamos com nossas singularidades tão iguais.
Ele me ensina com sua impessoalidade e me intriga com sua jovialidade racional.
E o meu coração apenas aceita.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

É

As verdades ditas doem.
As laranjas podem ser amargas e o caroço indigesto.
Os amigos podem ter outros confidentes.
Uma caixa de bombom pode significar algo e mesmo assim não interessar.
No final é cada um por si.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Teto

Há uma leoa faminta de flerte, de romançe, de drinques, torpedos na madrugada, cafuné, sorrisos, mãos deslizantes, canto mal iluminado, olhares...

Com um medo brutal do teto desmoronar.

... Mas ela é leoa e quer ter seus pêlos macios acariçiados e o tapete estendido. Ela o desfiará com as garras afiadas de sua pequena pata.
E sem lágrimas posteriores.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Alfinetes

Antes eram correios elegantes e cartas escritas à pulso, hoje scraps-emails-torpedos ou posts.

Antes as fotos eram postas em albúns encardenados, murais, porta-retrato, capa de diário. Hoje em Orkut, Facebook, Fotolog, Twitter e outros.

Antes era Yakut e Avon, hoje Red Bull e Boticário.

Antes era secador e babyliss, hoje escova definitiva.

Antes universitários eram quem de fato cursava uma universidade, hoje até forró e sertanejo também são (!!!)

Antes era disquete, hoje pen-drive, cartão de memória e bluetooth.

Antes depilação era na base de gilete, hoje do Veet ou a laser.

Antes as bolas da vez era o Cazuza e a Legião Urbana, hoje o Restart e Luan Santana.

Antes a alegria brasileira eram os programas dominicais (Lê-se: Faustão e Silvio Santos), hoje o Big Brother Brasil.

Antes festas de aniversário eram comemoradas em familia ao redor da mesa, com bolo, refrigerante e um churrasquinho, hoje são comemorados em baladas com gente estranha e música estridente.

Antes entrevistas de emprego, eram particulares e formais, hoje é integração e dinâmica em grupo.

Antes marquinha de biquíni era sexy, hoje brega e cafona.

Antes o sonho da adolescente era festa de quinze anos, hoje é aquela viagem cara ou um notebook descolado.

Antes nos quartos eram molduras, papéis de parede, escrivaninhas, poltronas e banners decorados, hoje grafites, posters de ídolos e puffs infláveis coloridos.

Antes os livros de cabeçeira eram algum do Machado de Assis, Clarisse Lispector ou Paulo Coelho, hoje a saga de Harry Potter ou CrepusCÚlo!!!

Antes tatuagem tinha algum sentido, significado, servia como homenagem, ou pra se designar de alguma tribo, hoje são estrelinhas, borboletinhas, carpas, tribais e mais algumas sem nexo algum.

Antes era Gretchen, Rita Cadilac, Carla Peres, hoje tá aí as mulheres frutas para sera, deliciadas. (Sirva-se a vontade!)

Antes era enciclopédia Barsa e Mirador, hoje Google e Achaaki.

Antes sexo era feito na cama, no tapete, ou no sofá... Hoje na web can, no telefone e até no msn (!!!!)

Antes filmes eram alugados em locadoras, hoje baixados ou pirateados.

Antes o legal era ter aquela pilha de cd's organizados alfabéticamente na estante, hoje o fone de ouvido se encarrega.

Antes era bala dadinho, de banana, de coco, de yorgute e de goma, hoje são outras balas..

Antes o "eu vou te matar" era uma ameaça, hoje uma fútil e corriqueira forma de expressão.

Antes as alianças de compromisso de prata em ambos anelares rotulavam os namorados, hoje as franjas, tênis coloridos e os depoimentos os rotulam.

Antes os garotos se deliciavam e sujavam suas chuteiras naquela partida de futebol bo campinho da vila, hoje se alieniam no Playstation Três.

Antes interessante era colecionar tampinhas de grarrafa, papéis de cartas, pilhas, vinís.... Hoje contatos virtuais.

Antes charmoso era beijar sob a chuva, hoje embaixo de flashes de câmera e strobo.

Antes era voz, banquinho e violão que embalavam canções aúdiveis e pronunciáveis, hoje são os Dj's e as pic-ups que entopem os tímpanos.

Antes para assar àquela carne no quintal, se improvisava com blocos e a grelha do fogão, hoje a churaqueira móvel e/9ou portátil dá conta do recado.

Antes as crianças pediam um real para se esbaldarem com seus salgadinhos Fofura e chicletes Big-Big. Hoje requisitam o valor do Mc' Donalds acompanhado do sundae.

Antes politíco era visto como alíado. Hoje como vilão.

Antes filme pornô era Emanuelle. Hoje é as Brasileirinhas.

Antes as crianças dançavam Chiquititas. Hoje o Rebolation. (!!!)

Antes nas escolas cantavámos todos os dias o hino nacional. Hoje os grêmios estudantis proclamam com orgulho a Rádio Escolar, onde se permite escutar nos intervalos aquele funk do momento.

Antes os xingamentos variavam entre: crápula, desfrutável, cafageste... Hoje....
Antes os elogios variavam entre: louvável, pitél, linda, garboso, garanhão... Hoje...

Antes jovens senhoras liam romançes com mais de quatrocentas páginas. Hoje leêm Nova, Marie Clarie, Contigo, etc.

Antes jovens rapazes, sentavam-se em suas calçadas e com seus violão, tocavam cifras daquelas revistinhas de "aprenda a tocar"... e designava os estrumento. Hoje se alguém é visto em seus respctivos portões fazendo isto, são intitulados de anti-socialm e solitário que se masturba três vezes ao dia.

Antes os Astros do Rock eram definidos por seus solos bem elaborados, festas de reconha movidas à alcool e suas groupies apaixonadas. Hoje os "astros" do rock, são conheçidos por seus piercings, alargadores, tatuagens e cintos de arrebite.

Antes os alfaiates e as costureiras eram os (as) conselheiros (as) de moda. Hoje o Fashion Week dita as tendências.


Não sei onde foi parar a essência do passado.
Não sou cartomante para prever o futuro.
O jeito é viver neste século medonho, mesmo... (Enquanto tudo não muda!).

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sua voz e intelecto

Você pode achar a resposta em alguma palavra cruzada.
Quer que eu explane pulando num pé só?

Sua foto está impressa no meu porta-retrato, e isso me faz bem ao acordar, e no escuro da noite, ela permaneçe lá.

Quero ir para aquele lounge. Quero overdoses de yorgutes.
Quero você.

Pode ser: Simples.
Pode ser: Sua voz.