segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vaca social

Estávamos eu mais duas senhoras no elevador.
Enquanto eu dava uma leve ajeitada na juba, um delas reclamava do frio que fazia lá fora e
do quanto se compadecia dos pobrezinhos que não tinham onde morar...
Ela disse exatamente assim: Todas as noites em que vou dormir, penso nos moradores de rua, nas crianças que não tem o que comer, nem um cobertor para se cobrir. Rezo à Deus que envie anjos para os proteger...
Fez uma cara de dó, enquanto ajeitava o cachecol em volta do pescoço.
A mulher que a ouvia se limitava apenas em balançar a cabeça e soltar uns grunhidos do tipo
"uhum", "é", "né"...
Porra, porra, porra!!!
Eu repetia sem parar na minha cabeça e esticava o calão: Por que essa vaca ao invés de bancar a bondosa social, não age?
Compaixão não enche barriga, orações sem obra não vale e não serve para nada!
Quis dizer isso para ela, mas chegamos ao 25 andar e não deu tempo!

O que é melhor?

Olhei para mim e me vi pousada em você!
O beija-flor sugava teu mel e dividia comigo (fel)
Reconheci minhas cores e desse dia, valorizei o ar, a altura, a altivez...
A terra é fofinha, mas de tão quente, sufoca...
Você: Imóvel!
Eu vôo!
Dá medo, lógico, mas sou eu quem decido a hora de voltar e pouso no mesmo ou em outro lugar...
Você: Te arranquei!

Ex Boy!

Você sempre disse que eu seria sua mulherzinha, mas quando me viu com com ele percebeu em
que tipo de encrenca havia se metido!
Eu dormir com o meu ex namorado para provar a mim mesma que ele é melhor que você.
Não se iluda: Não faço o tipo "menininha de sofá com pipoca na mão!"
Ele gostava das minhas unhas roídas e das calças que me deixam magrela.
Eu o amo!
E quanto à você: Calcule qual será a próxima substituta!

domingo, 16 de agosto de 2009

Sem destinatário

Ouço tantas vozes me mandando ir embora, que estou quase decidindo ir embora de vez.
Conclui que não faço tanto assim pelas as pessoas como eu presumia.
Ando em um mundo dividido, amarrado e silencioso. Penando em ter que decidir um futuro
que não pertençe à mim, mas do qual não posso me arrepender, como já me vi tantas vezes fazendo.
Um é o novo, o outro um tanto ilusório, uma ilusão demasiadamente atrativa...
Não sei qual é o certo, muito menos o duvidoso.
Não sei o qual eu quero!
Vou apenas cuidar de mim e do que me pertençe!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ingratidão bem guardada *

Faltam exatos vinte minutos para a uma e vinte e cinco da manhã, o horário que nasci.
Estou sozinha agora, sentindo em meu rosto lágrimas que inundam a cama confortável e quente.
Sinto uma tristeza ardente e um ódio ácido por ter chegado ao meus vinte e dois anos!
Não houve neles glória, nem nada realmente marcante ao ponto de fazer agradecer por estar viva.
Daqui a pouco alguma pessoas vão me desejar parabéns e tudo de bom e no outro dia nem vão lembrar da pinta que tenho no lábio... (você lembrava?)
Mãe, perdoe a ingratidão, mas por que não me abortou?


28/07/2009 - 01:05