segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vaca social

Estávamos eu mais duas senhoras no elevador.
Enquanto eu dava uma leve ajeitada na juba, um delas reclamava do frio que fazia lá fora e
do quanto se compadecia dos pobrezinhos que não tinham onde morar...
Ela disse exatamente assim: Todas as noites em que vou dormir, penso nos moradores de rua, nas crianças que não tem o que comer, nem um cobertor para se cobrir. Rezo à Deus que envie anjos para os proteger...
Fez uma cara de dó, enquanto ajeitava o cachecol em volta do pescoço.
A mulher que a ouvia se limitava apenas em balançar a cabeça e soltar uns grunhidos do tipo
"uhum", "é", "né"...
Porra, porra, porra!!!
Eu repetia sem parar na minha cabeça e esticava o calão: Por que essa vaca ao invés de bancar a bondosa social, não age?
Compaixão não enche barriga, orações sem obra não vale e não serve para nada!
Quis dizer isso para ela, mas chegamos ao 25 andar e não deu tempo!

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