segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pipas

O leão ascendeu a fogueira, pensou que uma erupção vulcânica pudesse com a fumaça expandir, por fim, o ar.
Com tal brutalidade, queimou até um pouco de sua juba desgrenhada, cortou um pedaçinho dela, para ser posta em uma carteira de bolso.
Nele doeu, não nega e ainda resta vestigíos de uma dor que nem sabe exatamente da onte surgiu. Ele não lembra mais. Passou o rancor.
Guarda agora só os sorrisos, as maledicências de pessoas que usam polos listradas, as coisas aprendidas, as noites insones e tartarugas gigantes.
Daquela janela do alto, aquele leãozinho sonhou muito.

E uma pipa que deveria ser leve, levava em sua rabióla pedaços de chumbos.
Mas ela é ainda colorida e atraente. Talvez encontre um coração tão bom quanto o de Hassan* ou tão bobo quanto o meu foi.

"E voe por todo mar..."


* Hassan: O caçador de pipas

O que ainda penso daquilo

Eu quis correr alguns riscos.
Quis encontrar em sua jovialidade marota, aquela que outrora eu perdi... Você me fez encontrá-la em dados momentos.

Brigavámos por nada. Achavámos as besteiras coisas sérias. Provavámos que o "Know New", existia para poucos, mas o "Para sempre" nem para nós existiu. Não houve excessão.

Mas foi bonito. Encantador. Mágico. Inesquecível. Mas foi passado mesmo. Mas só há o presente, se ele existir. Então valeu a pena.

Com nossos opostos, mimis, rostos marcados, raivas incontidas, , nos completamos por um momento.

E de fato, abandonamos o posto de líder. E isso nos fez bem. Ao menos para mim. (retifico).

E continuo suicída (...) se possível adoraria orquídeas ou tulípas, apenas para fugir uma última vez do lugar-comum, que nunca foi um espaço desejável.

O que você fez com o nosso pacto?

Medo


Qual é o seu?
De perder, de se envergonhar, de não chegar, de mudar, de usar, manipular, decepcionar, casar, subir lá?
De não passar, do bicho papão, boi da cara preta, rituais, pomba branca, galinha preta?
"Amigos" falsos, relacionamentos fracassados?
Contas à pagar, trabalhar, representar?
Enjoar, vomitar, fantasiar, se despir?
Asssumir, viciar, transformar?
Filme de terror, do amor, do pastor?
Sexo, alcóol, bulas?
Injeção, dentista, urologista?

Não precisa confessar, eu sei que tem!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fuga

Quero transbordar meu copo de vinho, desconcertar uns passos de tango, me libertar de mágoas, me assustar com sentimentos novos, torçer para que haja lenços suficientes para o meu nariz lacrimejante. Recolher unhas vermelhas pelo o chão, me enrolar naquela manta colorida e quando estiver no meio, voltar para o começo.
Quero olhar para os dias normais e repetitivos e sorrir ao saber que ainda há abacates naquela árvore no fundo do quintal e San Remi para dividir com um espanhol.
Quero reciclar as fotos do meu mural... Por algumas mais verdadeiras, talvez do meu cotidiano: Limpando meu quarto, lavando a louça, desembaraçando o cabelo.. De cara limpa, manchada.
Quero ainda me importar menos com os problemas dos outros, não estou colhendo os frutos disso.
Quero saber a sequência exata da equação: tequila-limão-sal, limão-sal-tequila, sal-tequila-limão...Sei lá, o que importa é que ficarei leve e sorrindo para você. Raramente sou simpática mesmo.
Você entendeu a moral do filme?
Não tente fugir.
Me divirta e deixe que eu fuja