segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pipas

O leão ascendeu a fogueira, pensou que uma erupção vulcânica pudesse com a fumaça expandir, por fim, o ar.
Com tal brutalidade, queimou até um pouco de sua juba desgrenhada, cortou um pedaçinho dela, para ser posta em uma carteira de bolso.
Nele doeu, não nega e ainda resta vestigíos de uma dor que nem sabe exatamente da onte surgiu. Ele não lembra mais. Passou o rancor.
Guarda agora só os sorrisos, as maledicências de pessoas que usam polos listradas, as coisas aprendidas, as noites insones e tartarugas gigantes.
Daquela janela do alto, aquele leãozinho sonhou muito.

E uma pipa que deveria ser leve, levava em sua rabióla pedaços de chumbos.
Mas ela é ainda colorida e atraente. Talvez encontre um coração tão bom quanto o de Hassan* ou tão bobo quanto o meu foi.

"E voe por todo mar..."


* Hassan: O caçador de pipas

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