terça-feira, 5 de abril de 2011

Mobília

Não vou mais jogar.
A porta vai voltar a se fechar eu não vou atendê-la mais.
Meu coração terá lágrimas ausentes.
Vou colher batatas.
Vou dublar um pop star.
Usar chápeu de palha e cesto de vime.
Bocejar na rede e plantar agulhas em minhas veias.
Comer carniça e beber coca-cola.
Vou roer as unhas e colorir a dos pés.
Vou ficar sozinha e enjoar do ócio.
Envenizar alguma mobília velha e deixar o lilás simpático de lado.
Não vou querer saber do francês clichê, das argolas nas orelhas (ou nos anelares...)
Vou deixar os conceitos de Egrégora e mapa astral.
As músicas ressonantes e melancólicas serão excluídas, assim como fotos e cartas.
Propagações, polêmicas e insinuações voltarão ao seu posto.
Salários, divídas e saldos, vou deixar enraizados.
Aquele trono e aquela coroa não terá mais utilidade.
Aniversários ou bodas não serão por mim comemorados.
E no fim da lida, não sei o que espera.

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