sábado, 24 de setembro de 2011

Vamos brincar de "eu mando em você"?

Hoje eu caminhava a pé (e andar a pé não trata-se de gosto, opção ou manter o corpo ativo e saudável.) e observei uma garotinha magra, com friz nos cabelos armados e queimados de sol e eu ressecado excremento nasal no lado direito, se você preferir o termo catarro, fica a seu gosto.
Minhas lentes de contato estão me fazendo a contra gosto, captar cenas horrendas, mas tem corrigido parcialmente minha miopia.
Voltando: ela contava com vigor: 66,67,68,69,70,71,72,73... e como bem sabemos essa é uma das regras do esconde-esconde. Imediatamente de forma curiosa pensei até onde iria aquela contagem... No 100? E se fosse, seus amiguinhos teriam tempo suficiente para se esconderem no Canadá ou na Suíça, se quisessem. Ainda pensando nos amiguinhos da garota, julguei-os admiravelmente por sua sagacidade mirim. Eles a manipularam a auto grudar-se no poste da rua, a contar um centena alternanando com cinco vírgulas e um respiro e o pior: fizeram-na acreditar que aquilo era divertido.
É como doar pão duro e água quente ao famintos.
Após virar a esquina dei uma última olhadinha para trás e pude vê-la correndo de pés descalços atrás dos fujitivos escondidos. Onde estariam?
E lembrei de outra regra do jogo: Caso ela não os encontrassem, seria rotulada de "café com leite". Coitadinha.
Mas é assim na infância.
E logo piora.

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